14/01/2014

Qual a importância do trabalho conjunto entre a Terapia da Fala e a Ortodondia?

No trabalho conjunto entre a Terapia da Fala e a Ortodontia o principal objetivo é a resolução de problemas ao nível do sistema estomatognático.

(Retirada da Internet)
O sistema estomatognático é constituído por estruturas estáticas (palato duro, arcadas dentárias, mandíbula e maxila) e por estruturas dinâmicas (músculos da expressão facial, articulação temporomandibular (ATM), lábios, língua, faringe e cintura escapular). A sucção, mastigação, deglutição, respiração e fala constituem as funções estomatognáticas. Sendo um sistema interdependente, uma alteração ao nível das arcadas dentárias pode interferir com as funções estomatognáticas e vice-versa, levando assim ao desarranjo de todo o sistema. Deste modo, para o equilíbrio do sistema estomatognático é necessário:
·        Harmonia no funcionamento da musculatura orofacial;
·        Oclusão normal das arcadas dentárias;
·   Ausência de hábitos orais nocivos como, por exemplo, uso de chupeta, sucção digital, bruxismo (ranger os dentes), briquismo (apertar os dentes com força), respiração oral, projeção da língua durante a deglutição ou fala, etc.

A Ortodontia visa diagnosticar, prevenir e tratar todas as formas de inadequada oclusão dentária, bem como as alterações associadas às estruturas adjacentes, de forma a promover o equilíbrio entre a estética dentária e facial. Porém, caso não sejam efetuados os ajustes funcionais necessários há uma grande probabilidade de ocorrência de recidivas, isto é, as estruturas poderão voltar a apresentar as alterações existentes antes do início da intervenção. Desta forma, o terapeuta da fala assume um papel de extrema importância na eliminação de hábitos orais nocivos, na reeducação das funções estomatognáticas e na promoção do equilíbrio ao nível da musculatura orofacial.
Além do trabalho realizado em equipa entre o terapeuta da fala e o ortodontista poderá ser ainda pertinente a participação de outros profissionais, tais como: médico dentista, cirurgião maxilo-facial, otorrinolaringologista, fisioterapeuta e psicólogo. O trabalho em equipa pressupõe, assim, a identificação das necessidades do indivíduo e o reconhecimento dos limites de cada uma das áreas profissionais, de modo a possibilitar um tratamento ajustado a cada pessoa. De realçar que para o sucesso do tratamento é fundamental o diagnóstico e a intervenção precoce, a realização de programas de prevenção e a participação do indivíduo e sua família no decurso do processo terapêutico.


Bibliografia:
  •   Amaral, E.C., Bacha, S.M.C., Ghersel, E.L.A. & Rodrigues, P.M.I. (2006). Inter-relação entre a odontologia e a fonoaudiologia na motricidade orofacial. Revista CEFAC, 8 (3), 337-351;
  •   Baker, E. (2005). What’s the evidence for…?.  ACQuiring knowledge in speech, language and hearing, 7 (3), 144-147;
  •   Marchesan, I. (2004). Alterações da fala de origem musculoesquelética. Em: L. Ferreira, D. Lopes & S. Limoagri, Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca;
  •   Marchesan, I.Q. (2003). Atuação Fonoaudilógica nas Funções Orofaciais: Desenvolvimento, Avaliação e Tratamento. Em: C.R.F. Andrade & E. Marcondes, Fonoaudiologia em Pedriatria (3-22). São Paulo: Sarvier;
  •    Marchesan, I.Q. (2005). Avaliação das funções miofuncionais orofaciais. Em: O.L. Filho, A.R. Campiotto, M.C. Redondo & W.A. Bastos, Tratado de Fonoaudiologia (713-734). São Paulo: Tecmedd.

Sem comentários:

Enviar um comentário