26/03/2014

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As Perturbações do Espetro do Autismo (PEA) dizem respeito a um espetro de alterações neurodesenvolvimentais, que apresentam como características principais dificuldades na interação social e na comunicação verbal e não-verbal, sendo também evidentes padrões de comportamentos restritivos e repetitivos.

As pessoas com PEA apresentam dificuldades em três domínios: comunicação, interação social e imaginação.

(Imagem retirada da Internet)
Algumas caraterísticas observáveis em crianças com PEA:
  • Défice acentuado e persistente na comunicação, que atinge as aptidões verbais e não-verbais;
  • Alteração ao nível da atenção compartilhada, bem como ao nível da compreensão de intenções comunicativas e da imitação;
  • Presença de formas restritas para indicarem as suas necessidades e desejos, o que reduz a sua eficácia comunicativa, quando comparadas com os pares;
  • Dificuldades ao nível do apontar proto declarativo;
  •  Presença do apontar proto imperativo, principalmente em crianças mais velhas;
  • Dificuldade em iniciar e manter uma conversação, bem como em manter um tópico e respeitar as regras da mesma;
  • Falha nas competências sociais, que faz com que as crianças com PEA não interajam com os pares, embora demonstrem vontade de serem aceites e de participarem nas brincadeiras;
  • Uso repetitivo e estereotipado da linguagem com recurso a estruturas gramaticais rudimentares, bem como o uso de uma linguagem idiossincrática e metafórica;
  •  A nível da pragmática, verifica-se a incapacidade para integrar palavras e gestos, ou para compreender os aspetos humorísticos ou não literais do discurso
  • Dificuldades no jogo imaginativo e espontâneo, ou jogo simbólico ou funcional, adequado ao nível de desenvolvimento da criança;
  • Boas competências ao nível do jogo construtivo, ao invés do jogo simbólico, quando comparadas com crianças com desenvolvimento normativo ou com Atraso no Desenvolvimento da Linguagem;
  • A fala de algumas destas crianças poderá ser, por vezes, caraterizada por uma qualidade monótona, com pouca variação de prosódia, intensidade e possíveis alterações no ritmo. Estas alterações devem-se à dificuldade que têm em compreender e utilizar adequadamente os aspetos suprassegmentais da fala.


A intervenção do terapeuta da fala junto das crianças com PEA, vai desde a avaliação e à intervenção nas alterações da comunicação, linguagem e fala. No entanto, dado que as principais dificuldades de crianças com PEA incidem na aquisição de competências básicas para a comunicação e o seu uso em contextos sociais, a intervenção deve promover o uso de uma comunicação funcional nos diferentes contextos.

Bibliografia:

  •  Balestro, J., Souza, A. & Rechia, I. (2009). Terapia fonoaudiológica em três casos do espectro autístico. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 14 (1): 129-135;
  • Lampreia, C. (2004). Os Enfoques Cognitivista e Desenvolvimentista no Autismo: Uma análise Preliminar. Psicologia: Reflexão e Crítica. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; 2004.
  • Mirenda, P. & Iacono, T. (2009). Autism Spectrum Disorders and AAC. Baltimore: Paul H. Brookes Publishing Co;
  • Peixoto, V. & Varela, I. (2009). A eficácia da intervenção em terapia da fala em crianças com PEA. Em: Peixoto, V. & Rocha, J. Metodologias de Intervenção em Terapia da Fala. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa.

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